Rota de Geodiversidade e Geossítios

Ilha do Faial

O Faial (com uma superfície de 173 km2) é a mais ocidental das ilhas do Grupo Central do arquipélago, e a que se encontra mais próxima da Crista Médio-Atlântica, a cerca de 120 km para leste deste rifte oceânico. Em termos gerais, o vulcanismo desta ilha está relacionado com a presença de dois grandes edifícios vulcânicos centrais (o Vulcão da Ribeirinha e o Vulcão da Caldeira) e duas zonas de vulcanismo basáltico marcadamente fissural (a Zona Basáltica da Horta e a Península do Capelo). O vulcão poligenético da Caldeira domina toda a parte central da ilha e caracteriza-se, nos tempos mais recentes, por erupções explosivas de natureza traquítica, com emissão de abundante pedra pomes. No topo do vulcão existe uma depressão formada há cerca de 10 mil anos, com 2 km de diâmetro e 470 m de profundidade. A metade oriental da ilha do Faial caracteriza-se, ainda, pela presença de uma importante estrutura tectónica (o Graben de Pedro Miguel), com falhas ativas de orientação geral ONO-ESE que modelam profundamente a paisagem. Esta ilha foi palco de duas erupções históricas: em 1672/73 (Mistério da Praia do Norte) e em 1957/58, nos Capelinhos e no interior da Caldeira. A erupção dos Capelinhos, que aumentou a área da ilha em 2,4 km2 (da qual resta atualmente apenas cerca de 0,6 km2), constituiu um marco histórico na vulcanologia mundial e na vivência da sociedade faialense.

A

Farol da Ribeirinha

Icónico elemento da paisagem faialense, o Farol da Ribeirinha entrou em funcionamento em 1919, possuindo uma torre de secção quadrada, com 14 m de altura. Embora afetado por anteriores crises sísmicas, como a de 1973 (da ilha do Pico), seria, contudo, o sismo do dia 9 de julho de 1998 a danificar profundamente toda a estrutura do farol, tornando-o completamente inoperativo após esta data. Restam no local as ruínas do farol, testemunho eloquente das forças da Natureza e da dinâmica do Planeta Terra nesta zona do Oceano Atlântico, em plena junção tripla de placas tectónicas.

B

Monte Queimado

O Monte Queimado corresponde a um pequeno cone de escórias basálticas, com cerca de 80 m de altura e diâmetro da base de cerca de 300 m, implantado junto ao litoral e parcialmente desmantelado por ação da erosão marinha. Nas encostas deste vulcão monogenético é possível observar os materiais piroclásticos que o constituem: cinzas, lapilli e bombas vulcânicas. Originado por uma erupção terrestre do tipo estromboliano, o Monte Queimado contrasta com o vizinho Monte da Guia, formado por vulcanismo submarino basáltico e que corresponde a um cone de tufos surtseianos.

C

Ponta Furada

A zona litoral entre a Ponta Furada e a Lajinha é constituída por escoadas lávicas basálticas muito fluidas do tipo pahoehoe, sob a forma de arribas rochosas, mergulhantes e com diversos arcos lávicos e grutas litorais (incluindo submersas), formadas por erosão marinha. Estas escoadas lávicas, que foram emitidas da zona do cone de escórias do Lameiro Grande - Caminho das Terças e movimentaram-se para sul por cerca de 2 km, até ao litoral, evidenciam várias estruturas típicas de lavas pahoehoe (ou “lajidos”, no léxico popular açoriano) como é o caso de lavas encordoadas.

D

Arriba Fóssil

Na zona do Varadouro observa-se um importante contacto geológico entre as formações pomíticas do vulcão central da Caldeira do Faial, a leste, e as formações basálticas da Península do Capelo, a oeste. Este contacto materializa-se na paisagem pela arriba fóssil do Varadouro, segundo uma imponente e declivosa escarpa, a qual assinala, também, a antiga linha de costa nesta zona da ilha, e em cuja base se espraiaram as escoadas lávicas basálticas recentes da Península do Capelo, incluindo as da erupção histórica de 1672/73, com origem nos cones de escórias do Cabeço do Fogo e do Picarito.

E

Mistério do Capelo

A par do Mistério da Praia do Norte, o Mistério do Capelo corresponde aos derrames lávicos da erupção vulcânica de 1672/73, que teve como centros eruptivos os cones de escórias basálticas (”bagacina”) do Cabeço do Fogo e do Picarito. A erupção teve início em abril de 1672, após sete meses de abalos sísmicos e, a par da crise sísmica associada, provocou a destruição de igrejas, cerca de 300 casas e campos agrícolas, e a morte a pelo menos 3 pessoas. A Gruta do Parque do Capelo, com cerca de 55 m de comprimento, está implantada no Mistério.

F

Península do Capelo

Esta cordilheira vulcânica, com 8 km de extensão, é constituída por um alinhamento de cerca de 20 cones, na sua maioria cones de escórias, desde o Cabeço dos Trinta até ao Vulcão dos Capelinhos, na parte oeste da ilha do Faial. A atividade vulcânica estromboliana e havaiana associada ocorreu ao longo de fraturas de orientação geral NO-SE e foi responsável pela emissão de escoadas basálticas que fluíram para norte e/ou para sul deste alinhamento. Como “(geo)curiosidade”, refira-se a presença da Furna Ruim, um algar vulcânico com 55 m de profundidade, no Cabeço Verde.

G

Caldeira

O vulcão poligenético da Caldeira do Faial domina toda a parte central da ilha, cujo topo está truncado por uma depressão vulcânica de contorno quase circular, diâmetro médio de 2 km e profundidade de 470 m. O vulcão da Caldeira tem uma idade estimada da ordem de 400 mil anos e nos últimos 16 mil anos evidencia uma atividade vulcânica de natureza siliciosa e explosiva, responsável pela emissão de grandes quantidades de materiais pomíticos. O interior da caldeira exibe um cone piroclástico, um domo traquítico (a “Rocha do Altar”) e uma zona húmida de regime intermitente.

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