Ilha do Corvo
A ilha do Corvo é a mais pequena parcela insular dos Açores (apenas 17 km2) e, com a ilha das Flores, integra o Grupo Ocidental do arquipélago. Apesar da sua reduzida dimensão, estão presentes diversos elementos de geodiversidade, destacando-se a assinalável variedade de rochas numa área muito reduzida, e que inclui basaltos, traquitos, pedra pomes, escórias e ignimbritos, entre outras. A ilha, no seu todo, corresponde a um edifício vulcânico principal com caldeira no seu topo – o vulcão do Caldeirão – daí poder ser considerada como uma “ilha-vulcão”. A caldeira corresponde a uma depressão vulcânica, com um diâmetro médio de 2,1 km e é ocupada por uma lagoa, com uma profundidade máxima da ordem de 2 m. O vulcão poligenético do Caldeirão possui vários cones secundários, quer nos seus flancos (como é o caso do cone de escórias da Coroínha), quer no interior da caldeira (como é o caso do cone de spatter de Montinho do Queijo). Dada a erosão marinha a que está sujeito, a natureza dos seus produtos vulcânicos e ao facto desta ilha não possuir vulcanismo histórico nem qualquer atividade vulcânica recente (e.g. nos últimos 12.000 anos), o litoral da ilha do Corvo apresenta-se muito escarpado e elevado. A exceção é a fajã lávica da Vila do Corvo, onde está implantado o casario do único povoado existente na ilha e onde ocorreu a última erupção vulcânica da ilha, na zona do Pão de Açúcar-Alto dos Moinhos.
Cova Vermelha
A Cova Vermelha corresponde à cratera do cone de escórias Coroínha, implantado no flanco sul do vulcão central da ilha (o Caldeirão). Desta cratera, aberta para sul, foram emitidas escoadas lávicas basálticas que afloram no topo da arriba vizinha. A Coroínha é o maior vulcão monogenético do Corvo, com diâmetro basal médio de 900 m. Enquanto nos flancos do cone Coroínha se observam diversas bombas vulcânicas, a Cova Vermelha apresenta sobretudo cinzas e lapilli finos avermelhados, lixiviados pelos pequenos cursos de água com nascente nesta cratera.
Fajã Lávica
A fajã lávica (ou delta lávico) onde está instalada a Vila do Corvo constitui a principal superfície aplanada da ilha, formada por escoadas lávicas basálticas emitidas do vizinho cone de escórias do Morro da Fonte. Grande parte da fajã lávica está coberta por depósitos de pedra pomes, lahars e outros depósitos piroclásticos associados ao vulcão do Caldeirão, e a sua zona frontal evidencia diversos “cordões lávicos litorais”, de grande dimensão, forma convexa e com uma clara expressão submarina, constituindo os famosos “caneiros” do Corvo, um spot de mergulho dos Açores.
Ponta Negra
Esta alcantilada ponta rochosa é constituída por basaltos associados ao último episódio eruptivo ocorrido na ilha do Corvo, o qual teve lugar, muito provavelmente, há cerca de 80.000 a 100.000 anos atrás. A escoada lávica associada estende-se por cerca de 1.200 m (segundo uma área elevada de orientação geral NNO-SSE) desde a zona do Pão de Açúcar até ao Alto dos Moinhos, atravessando a fajã lávica da Vila do Corvo e terminando na zona costeira da Ponta Negra, segundo arribas rochosas mergulhantes e com cerca de 20 m de altura.