Graciosa Island
Paul
Os “Pauis da Vila” são dois reservatórios de água salobra, outrora utilizada para consumo pelos animais e no âmbito das atividades agrícolas, cujo nível é controlado pela maré oceânica. Estes pauis constituem hoje um elemento fundamental da organização da praça central da vila de Santa Cruz da Graciosa, mas que outrora, para além disso, eram um importante recurso de água para os habitantes da ilha Graciosa. A par de outras infraestruturas - como poços de maré, reservatórios de água e chafarizes – fazem parte da designada “arquitectura da água” presente na Ilha Branca.
Pico da Ajuda
Sobranceiro à vila de Santa Cruz da Graciosa, este é um dos maiores cones de escórias da ilha (com diâmetro basal de 540 m e 100 m de altura), que faz parte da designada Plataforma Noroeste, uma área de vulcanismo de natureza basáltica, cotas baixas e relevos suaves, que ocupa a parte ocidental da ilha e integra um total de 32 cones de escórias. A vila de Santa Cruz está parcialmente implantada na escoada lávica emitida por este cone, a qual se espraiou para norte, originando o delta lávico (ou fajã lávica) da Ponta da Pesqueira.
Escoada do Pico Timão
Escoada lávica associada à última erupção vulcânica ocorrida na ilha Graciosa, há menos de 2.000 anos, a qual teve centro eruptivo no cone de escórias do Pico Timão, um dos maiores cones vulcânicos monogenéticos da ilha Graciosa. Deste cone foi emitida uma espessa escoada lávica basáltica do tipo aa, que fluiu por uma extensão de cerca de 4 km e cobriu uma área de 3,1 km2. Estas lavas atingiram o mar na costa leste da Graciosa, formando uma ponta saliente relativamente à linha de costa adjacente, que se desenvolve sensivelmente entre a Lagoa-Arrochela e a praia de areia da Praia.
Furna do Abel
Também designada de Furna do Lavar, esta é uma das maiores cavidades vulcânicas da ilha Graciosa, com 96,3 m de comprimento e está associada ao transbordo do lago de lava da Caldeira. Apresenta secções largas e tetos altos (com altura máxima de 6,2 m e largura máxima de 8 m) e a presença de três claraboias, resultantes do abatimento do teto da gruta, que permitem a iluminação natural em quase toda a sua extensão. No interior da gruta há um altar e uma cruz em pedra, testemunhos de missa e batizado aqui celebrados na década de 70 do século passado.
Lago de Lava da Caldeira
Um importante episódio efusivo ocorrido há cerca de 12.000 anos originou um lago de lava que inundou a Caldeira da Graciosa e que transbordou pelo bordo noroeste da depressão (de cotas mais baixas), sob a forma de um extenso derrame lávico do tipo pahoehoe. Este derrame movimentou-se em direção à costa sul (até à Baía da Folga e à Luz) e, também, para norte, até à zona de Lagoa, na freguesia da Praia, cobrindo atualmente uma área de cerca de 4,2 km2 da ilha. O aspeto saliente que o “lago de lava” aqui e agora apresenta resulta da erosão e remoção dos materiais pomíticos subjacentes pré-existentes.
Baía da Folga
Na baía, e em especial na zona do Farol da Folga, observa-se um depósito piroclástico submarino de natureza basáltica, associado à atividade surtseiana que caracterizou as fases mais primitivas de edificação do vulcão poligenético da Caldeira, quando este emergiu do oceano. A Baía da Folga integra-se, assim, numa zona deprimida de orientação geral NE-SO, que constituiu outrora um canal marítimo entre a ilha primitiva, mais antiga (da Serra Branca e da Serra das Fontes), a noroeste e o Vulcão da Caldeira, a sudeste: o fecho deste canal ter-se-á iniciado há cerca de 31.000 anos.
Caldeirinha de Pêro Botelho
A Caldeirinha de Pêro Botelho, com aproximadamente 150 m de diâmetro, corresponde à cratera do único spatter cone da ilha Graciosa, o qual tem uma idade inferior a 12.000 anos. A base desta cratera dá passagem ao único algar vulcânico conhecido na ilha Graciosa, com cerca de 37 m de profundidade. O algar da Caldeirinha de Pêro Botelho tem uma galeria associada, com 24,6 x 7,4 m de dimensão e foi explorado pela primeira vez em 1964, pela Associação “Os Montanheiros”. A exploração do algar vulcânico requer o uso de equipamento e conhecimentos adequados.
Porto Afonso
Esta zona costeira oferece um mosaico colorido, estratificado e diversificado conferido pelo empilhamento de diversos depósitos de escória basálticas - sob a forma de várias camadas de cinzas, lapilli e bombas - resultantes de uma atividade vulcânica explosiva do tipo estromboliano. Nalguns setores da falésia costeira a erosão marinha atingiu níveis internos dos cones vulcânicos, colocando a descoberto as suas chaminés e filões que fazem parte integrante do sistema de alimentação magmática destes vulcões monogenéticos. Para sul da Baía do Porto Afonso a linha de costa está talhada em escoadas lávicas basálticas.